Ela deu de ombros.
- Eles saíram antes.
- Ah - tentei controlar a decepção absurda. Se ele saiu antes, isso significava que voltaria antes, lembrei a mim mesma.
- Todos os meninos foram, e vamos fazer uma festinha do pijama! - anunciou ela numa voa vibrante e cantarolada.
- Festinha do pijama? - repeti, a desconfiança finalmente tomando lugar.
- Não está animada? - cantarolou ela.
Encontrei seu olhar empolgado por um longo segundo.
- Está me raptando, não é?
Ela riu e concordou.
- Até sábado. Você vai ficar comigo por duas noites, e amanhã vamos fazer compras em Londres.
Virei o rosto para a janela, os dentes trincados.
- Desculpe - disse Gemma, sem parecer nem um pouco penitente. - Ele me pagou por isso.
- Como? - sibilei entredentes.
- O Porsche. É idêntico ao que vimos em Nova York. - Ela soltou um forte suspiro - Eu não deveria dirigi-lo por Holmes Chapel mas, se quiser, podemos ver em quanto tempo ele faz daqui até Cheshire... Aposto que posso trazer você à meia-noite.
Respirei fundo.
- Acho melhor não - suspirei, reprimindo um tremor.
Seguimos, sempre rápido demais, pela entrada da propriedade. Gemma parou na garagem e eu logo olhei os carros. O Mercedes de Anne estava ali, com um Porsche amarelo-canário brilhante entre ele e o conversível vermelho de Robin.
Gemma pulou graciosamente para fora do carro e foi passar a mão em seu suborno.
- Não é lindo?
- Muito chamativo - resmunguei, incrédula. - Ele lhe deu isso só para me manter refém por dois dias?
Gemma fez uma careta.
Um segundo depois, eu compreendi e ofeguei de pavor.
- É por todo esse tempo que ele estiver fora, não é?
Ela assentiu.
Bati a porta e marchei para a casa. Ela dançou ao meu lado, ainda sem mostrar arrependimento.
Meu celular tocou e eu me esquivei para pegar na bolsa na mão de Gemma.
- Alô?
- Alô amor, sou eu! Tudo bem? - era Harry
- Não exatamente.
- Qual é o problema meu bebê?
- Você não acha isso meio controlador? Só meio psicótico, talvez?
- Na verdade, não. - Ele fungou. - Parece que você não sabe o quanto eu te amo e quanto eu me preocupo com você e com a nosso pequena.
- Tudo bem parei. - Me rendi.
- A noite eu ligo pra você, tudo bem?
- Tá certo.
Desliguei o telefone.
- Festinha do pijama uhu! - Tentei parecer animada.
Gemma riu.
- Eu posso fazer suas unhas dos pés e tudo - prometeu ela.
Então não era tão ruim, exceto pelo fato de que eu estava sendo mantida ali contra minha vontade. Anne trouxe comida italiana - a boa comida vinda de Londres - e Gemma está prepara com meus filmes favoritos. Até Robin estava ali, ao fundo, em silêncio.
- Quer ficar acordada até que horas? - Perguntou ela enquanto as unhas dos meus pés estavam cintilando em vermelho-sangue. O entusiasmo de Gemma ainda era indiferente com meu humor.
- Não quero ficar acordada. Temos que ir a Londres amanhã.
Ela fez um biquinho muito parecido com de Harry.
- Aliás, onde é que eu vou dormi? - Medi o sofá com os olhos. Era meio pequeno - Não podem me manter em vigilância em minha própria casa?
- Que tipo de festa do pijama seria essa? - Gemma sacudiu a cabeça exasperada. - Você vai dormi no antigo quanto de Harry.
Continua
ResponderExcluirContinuaaaaaaaaaaaaa
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